O que mudou na NR-1?

A recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) trouxe uma mudança significativa para a gestão de riscos no ambiente de trabalho: agora, as empresas têm a obrigação de incluir os Riscos Psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

Essa exigência reforça a importância da saúde mental dos trabalhadores e impõe às empresas a responsabilidade de identificar, avaliar e controlar fatores que possam impactar o bem-estar psicológico dos colaboradores.

Entre os principais riscos psicossociais estão a sobrecarga de trabalho, pressão excessiva, assédio moral e sexual, conflitos interpessoais e falta de suporte organizacional.

Quem identifica os riscos psicossociais do trabalho?

A identificação dos riscos psicossociais deve ser feita por uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), como médicos do trabalho, psicólogos organizacionais, ergonomistas e engenheiros de segurança. 

Esses especialistas utilizam ferramentas específicas para avaliar os fatores de risco, como questionários, entrevistas e observação do ambiente laboral. 

O processo deve ser contínuo e atualizado conforme mudanças organizacionais e feedback dos funcionários.

É obrigação da empresa gerenciar TODOS os riscos psicossociais?

Sim! Com a nova diretriz da NR-1, as empresas têm a obrigação de gerenciar todos os riscos ocupacionais, incluindo os psicossociais. Isso significa que devem implementar medidas para prevenir e mitigar esses riscos, garantindo um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Além disso, a empresa deve realizar avaliações periódicas para assegurar que os fatores de risco sejam identificados e tratados adequadamente, evitando impactos negativos na produtividade e no bem-estar dos colaboradores.

Os riscos psicossociais são identificados por funcionário, por cargo ou por setor?

A avaliação dos riscos psicossociais é realizada considerando os setores e grupos de trabalhadores dentro da organização.

A NR-1 estabelece que a identificação dos perigos deve incluir a descrição das possíveis lesões ou agravos à saúde, a análise das fontes de risco e a indicação dos grupos de trabalhadores mais expostos.

Assim, o levantamento dos riscos é feito de forma setorial, garantindo um diagnóstico mais preciso das condições de trabalho.

Quais os benefícios para a empresa?

A inclusão dos riscos psicossociais no PGR traz diversos benefícios para as empresas, tais como:

  • Redução do absenteísmo: ambientes de trabalho mais saudáveis diminuem afastamentos por doenças relacionadas ao estresse e outros problemas psicológicos.
  • Aumento da produtividade: funcionários que se sentem seguros e valorizados tendem a ser mais engajados e produtivos.
  • Melhoria do clima organizacional: a prevenção de conflitos e a promoção do bem-estar fortalecem as relações interpessoais e reduzem a rotatividade.
  • Conformidade legal: empresas que se adequarem à NR-1 evitam penalidades e demonstram compromisso com a segurança e saúde dos trabalhadores.

Se não houver riscos psicossociais, o que a empresa deve fazer?

Ao enviar ao eSocial a lista dos riscos ocupacionais da empresa no PGR, deve-se identificar por escrito que o setor ou cargo não tem risco psicossocial relacionado à sua atividade. Lembrando que mesmo que a empresa não identifique riscos psicossociais aparentes, é essencial manter um processo contínuo de monitoramento e avaliação.

A NR-1 exige que todas as organizações realizem levantamentos periódicos, garantindo que qualquer risco emergente seja detectado e tratado antes que cause impactos negativos.

Além disso, é importante manter políticas de bem-estar, comunicação aberta e treinamentos frequentes para gestores e colaboradores.

Qual exame fazer para medir grau de risco psicossocial?

A avaliação dos riscos psicossociais não se baseia em um único exame, mas em uma combinação de métodos, como:

  • Questionários e entrevistas: ferramentas que avaliam o estresse, satisfação no trabalho e outras dimensões psicossociais.
  • Observações in loco: análise das condições de trabalho e das interações entre colaboradores.
  • Análise de indicadores organizacionais: taxas de absenteísmo, rotatividade e produtividade podem indicar a presença de riscos psicossociais.

A NR-1 destaca que a organização deve selecionar as ferramentas e técnicas de avaliação de riscos que sejam adequadas ao risco ou circunstância em avaliação.

A inclusão dos riscos psicossociais no PGR representa um avanço significativo para o cuidado com a saúde mental no ambiente de trabalho. A nova obrigatoriedade da NR-1 impõe às empresas a necessidade de monitorar e gerenciar esses riscos, visando tornar o ambiente laboral mais saudável e produtivo.

Além de cumprir a legislação, essa mudança traz benefícios diretos para a empresa, reduzindo afastamentos e aumentando a satisfação e o desempenho dos colaboradores.

Portanto, investir na gestão dos riscos psicossociais é uma estratégia essencial para qualquer organização que deseja crescer de forma sustentável e responsável.

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